Queda de cabelo pós Covid-19 afeta ¼ da população

Estudos da medicina especializada em dermatologia e tricologia, apontam que um dos sintomas mais presentes durante a pandemia de Covid19 é a queda de cabelo que afeta 1 em cada 4 pessoas.  Dra. Ana Carina Junqueira, pioneira na área de tricologia e fundadora do Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas em Medicina Capilar – IBEMC notou que, além da queda, há também uma mudança de estrutura e fibra do cabelo. 

A queda pode ocorrer por duas situações. São elas: 

Queda diretamente ligada ao vírus, onde o vírus continua por um tempo nas extremidades, como mãos, pés e couro cabeludo, causando uma vasculite, ou seja, uma microinflamação dos vasos mais sensíveis da pele. A dificuldade de oxigenação e recebimento sanguíneo a esses vasos, ocasiona uma disrupção no ciclo, e consequentemente a queda de cabelo. 

Devido aos diferentes tipos de medicamentos oferecidos para o tratamento de pacientes internados, o tempo para iniciar a queda, pode variar de dois a quatro meses após a infecção. A Dra. Ana Carina, dermatologista especialista em tricologia, cita o corticoide, medicamento que demonstra resultados eficientes no tratamento em pacientes com a Covid19, “Pessoas que 

receberam corticoide têm queda de cabelo meses depois e sem o corticoide o cabelo começa a cair bem antes”. 

Nestes casos, os pacientes apresentaram quedas concentradas de uma mesma região do couro cabeludo, em grande volume e por um período menor. Após testes e exames de contato em consultas de pacientes pós-covid, a Dra. Ana Carina reparou que testes revelaram tufos de cabelo se desprendendo do mesmo ponto do couro cabeludo, similares a queda de cabelo durante o surto de dengue e de pacientes em quimioterapia. 

Queda indiretamente ligada ao estresse, que pode afetar dois diferentes grupos de pessoas, as que não tiveram contato com o vírus, mas houve um aumento do cortisol, hormônio responsável por controlar o estresse. A queda nesse caso não ocorre pela vasculite e sim pela alteração hormonal ou hipertireoidismo que dura de dois a três meses, fazendo o cabelo cair. 

E o outro grupo, também ligado ao estresse, mas que tiveram contato com o vírus. Pode ocorrer uma liberação aguda do cortisol para quem teve a doença e como consequência a queda dos fios. Neste caso, foram identificadas quedas lentas, contínuas e em pouca quantidade. Para prevenir ou diminuir a queda, a Dra. Ana Carina cita algumas soluções: “Cuidado com o sono, emoções, vitaminas e ida aos médicos são essenciais. O folículo piloso recebe e produz melatonina, que tem ação hormonal e prolonga ou altera o crescimento do fio. 

A desregulamentação emocional, sono, ansiedade, afeta o desenvolvimento do cabelo. Por isso é importante a melatonina estar em ordem”. Existem protocolos capazes de blindar a queda de cabelos, provocadas pelo contato com o vírus ou cortisol, como os protocolos com ação anti-inflamatória e imune regulação a nível local e a nível sistêmica. 

Sobre cuidado com os fios, a tricologista deixa algumas dicas: “Lavagem e cuidados como pintar os fios, podem permanecer normalmente na queda pós Covid. Tingir os cabelos é permitido desde que não haja mudança na fórmula, produto e marca, para evitar reações alérgicas ou dermatite de contato. Quem já tem problema de cabelo prévio, comece a tratar com mais atenção, pois todos teremos contato com o vírus, seja pela infecção ou pela vacina. ” Finaliza a Dra. Ana Carina. 

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